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Prolapso genital: este problema afeta até 50% das mulheres


Você já ouviu falar em prolapso de órgãos pélvicos? O problema atinge cerca de 50% das mulheres e ocorre quando o grupo de músculos e tecidos que costumam sustentar o assoalho pélvico fica enfraquecido e não consegue manter os órgãos firmemente no lugar. Apesar de ser mais comum em mulheres de mais idade, a condição também pode acontecer entre as mais jovens.

O problema faz com quem um ou mais órgãos desçam de sua posição normal, fazendo com quem haja uma protuberância que pode ser sentida pela mulher dentro ou fora da vagina. Pode ser o intestino, a parte superior da vagina, o útero ou a bexiga. Em algumas mulheres, o problema é mais leve e elas nem sabem que têm essa condição, já para outras isso pode ter um impacto real na qualidade de vida.

Um exemplo citado na reportagem da BBC Escócia é Natashja Wilson, que começou a perceber os primeiros sintomas aos 18 anos de idade. Na época ela morava longe de casa, na universidade, e não tinha ideia do que podia ser e ficou com vergonha de pedir ajuda. "Quando fui ao banheiro, notei uma protuberância na minha vagina", diz ela.

"Eu também estava sofrendo incontinência, dor durante a relação sexual e uma sensação de inchaço" relata. "Realmente não sabia o que pensar, porque eu sinceramente não sabia nada sobre meu corpo naquela época.", completa. Ela conta que na época foi tudo muito novo para ela. "Então perguntei às minhas amigas: 'Essa sensação de protuberância é normal?'", diz. "Elas disseram: 'Talvez seja o seu ponto G. Talvez seja apenas um ponto'."

Sintomas

Um dos sintomas mais característicos do prolapso de órgãos pélvicos é a sensação de peso ou algo descendo pela vagina. As mulheres que sofrem com esse problema também relataram problemas no intestino e na bexiga e ainda desconforto durante as relações sexuais. 

Uma pesquisa do Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados do Reino Unido, revela que uma em cada 12 mulheres relata sintomas de prolapso de órgãos pélvicos, no entanto, em exames físicos estes sintomas aparecem em até 50% de todas as mulheres.

Causas

Entre as causas desse problema estão o trabalho pesado, a genética, a prisão de ventre e até mesmo tosse persistente. Outro fato que pode levar ao prolapso de órgãos pélvicos é a gravidez e o parto natural, especialmente em casos de parto difícil. As mulheres também têm maior probabilidade de desenvolver prolapso à medida que envelhecem, principalmente depois da menopausa.

Formas de tratamento

Exercícios para o assoalho pélvico e mudanças no estilo de vida podem ajudar a melhorar os sintomas, mas às vezes é necessário tratamento médico, como pessários vaginais (dispositivos removíveis utilizados para dar suporte às paredes da vagina ou ao útero prolapsado) ou cirurgia.

“Ainda há muito estigma em torno do prolapso, da discussão sobre órgãos genitais e isso não permite que as pessoas procurem um médico”, diz Natashja Wilson. “Sei que se houvesse menos estigma eu teria ido ao médico muito antes.”

Uma pesquisa ainda a ser publicada pela Universidade de Stirling, na Escócia, indica que o constrangimento, a falta de conscientização e o medo de que os sintomas não sejam levados a sério atuam como barreiras para que as mulheres procurem ajuda para problemas de saúde pélvica. O estudo analisou artigos de 24 países, nos últimos 20 anos, analisando as opiniões de mais de 20 mil mulheres.

"Há um grande conjunto de evidências no Reino Unido e em países semelhantes em todo o mundo de que as mulheres ainda enfrentam muitas barreiras quando se trata de procurar ajuda para problemas de saúde das mulheres, como o prolapso”, afirmam as pesquisadoras Clare Jouanny e Purva Abhyankar.

“Precisamos nos concentrar não apenas no aumento da conscientização e educação entre mulheres e médicos, mas, mais importante do que isso, precisamos trabalhar com os médicos para mudar a percepção das mulheres de que os médicos não as levam a sério quanto a sintomas de saúde pélvica.”

A fisioterapeuta de saúde pélvica Suzanne Vernazza tem como missão educar as mulheres sobre sua saúde pélvica. Ela é a fundadora da empresa sem fins lucrativos Know Your Floors (“Conheça seu assoalho”, em tradução livre) e seus tutoriais diários de exercícios para o assoalho pélvico Squeeze Along têm mais de 600 mil seguidores no TikTok.

Ela diz que é importante que as pessoas levem questões de saúde pélvica ao médico. “Se você está sentindo algo que a qualquer momento parece não estar certo, seja você está grávida ou [no período] pós-parto, levante o assunto e pergunte porque, muito provavelmente, você está correta de que algo não está certo – e você pode ter apoio para conseguir lidar com isso”, diz ela.

O Royal College of General Practitioners (RCGP), órgão profissional dos médicos de clínica geral no Reino Unido, diz que seus médicos são bem treinados para diagnosticar e cuidar de pessoas afetadas pelo prolapso.

“Os médicos de família estão cientes do constrangimento ou estigma que pode estar associado a esta condição e se esforçam para garantir que as mulheres se sintam confortáveis e capacitadas para procurar apoio se apresentarem sintomas”, diz Chris Williams, vice-presidente da RCGP Escócia.

Natashja diz que o prolapso afeta mulheres de todas as idades e não discrimina. "Percebi meus sintomas quando tinha 18 anos, mas quando entrei no Google, ele só me dizia que as mulheres idosas eram afetadas”, diz ela. “Os médicos ficaram chocados que alguém da minha idade tivesse prolapso e isso me fez sentir muito isolada.”

Natashja diz que agora está se sentindo positiva em relação ao futuro. Ela tem trabalhado com uma fisioterapeuta de saúde pélvica e usa um pessário vaginal, dispositivo que ajuda a apoiar as paredes vaginais e os órgãos pélvicos, o que significa que ela se sente mais confiante ao fazer exercícios. "Se você acabou de ser diagnosticada com prolapso, é importante saber que você não precisa passar por isso sozinha", afirma.

Fonte de matéria: BBC News

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